Mississippi Mud Pie

Há alguns anos, fiz um grande amigo num serviço temporário que prestei na ONS. Dentre muitas coisas em comum, estava a paixão pela cozinha. Eis que ele me mostra um livro de babar, o Perfect Chocolate, da Parragon. Mesmo sendo todo em inglês, não pensei duas vezes em pedir na Saraiva. Não sei se mudou de capa, se já tem traduzido, nem nada, mas não encontrei em nenhum site, somente esta foto. Enfim, foi nele que vi essa maravilha.

Fazia tempo que queria produzir a Mississippi Mud Pie. A foto era maravilhosa e toda vez que via me enchia de água na boca. Para quem não sabe, a Mississippi Mud Pie é a conhecida por aqui como Torta de Lama. Sei que o nome é estranho, mas há explicação: seu bolo denso faz lembrar as margens do rio Mississippi, dos EUA. A receita ganhou fama internacional por conta de suas grandes doses de chocolate e é formada por três divinas camadas: uma massa amanteigada; um bolo fudge maravilhoso; uma grossa camada de chantilly. Tem como ser ruim? Impossível!!! 

Primeira Etapa - A Massa:

- 225g de farinha de trigo

- 2 colheres de sopa de cacau em pó (lembrando que não é o mesmo que chocolate em pó - o cacau não leva açúcar e você também encontra nos supermercados, próximos ao chocolate em pó)

- 150g de manteiga

- 2 colheres de sopa açúcar de confeiteiro

- 2 colheres de sopa água gelada

Primeiro, junte a farinha, o cacau e a manteiga numa tigela, misturando-os com as pontas dos dedos até formar uma farofa. Depois,  insira o açúcar e a água gelada misturando bem, até se transformar numa massa macia e cheirosa. Embale e deixe descansar na geladeira por 15 minutos. Depois, pegue a massa e forre uma forma de fundo removível com base de 23cm. Cubra-a com papel manteiga ou papel alumínio e preencha com feijões. Leve ao forno pré-aquecido em 180ºC por cerca de 15 minutos. Os feijões, que serviram para que a massa não subisse no forno, podem, então, ser retirados e volte com a massa por mais 10 minutos no forno. Retire e reserve.   

Segunda Etapa - O Recheio:

- 175g de manteiga

- 350g de açúcar mascavo

- 4 ovos levemente batidos ( na mão mesmo, com um fuê, até que fiquem bem misturadas as claras e gemas) 

- 4 colheres de sopa de cacau em pó

- 150g de chocolate meio amargo

- 300ml de creme de leite de caixinha

- 1 colher de chá de extrato de baunilha

O preparo é simples. Bata a manteiga e o açúcar juntos na batedeira por um tempo e, gradualmente, coloque os ovos e o cacau. Derreta o chocolate no microondas (por cerca de um minuto, em potência 5), insira-o junto ao extrato de baunilha na mistura. Depois de bem batido, você vai ter um creme bem líquido e vai pensar como pensei: será que isso vai dar certo? Eu arrisquei e acreditem: fica perfeito! Portanto, não se desesperem. Jogue o creme sobre a massa amanteigada pré-assada e leve ao forno em 160ºC por cerca de 45 minutos. Quando retirá-la do forno, o recheio deverá estar lindo: alto, quase no topo da forma, com uma superfície toda rachada, com vigas que mostram um bolo molhadinho e apetitoso. Deixe esfriar completamente e não se assuste ao voltar olhar para a torta e ver que o centro do recheio desceu bastante - é assim mesmo! Desenforme e siga para a próxima etapa.

Terceira Etapa - A Decoração

- 500 ml de creme de leite fresco

- 3 colheres de sopa de açúcar

- raspas ou pedaços de chocolate

Bata o creme de leite com o açúcar na batedeira até obter ponto de chantilly. Vigie e não deixe passar do ponto, se não vira manteiga. Eu tinha em casa um chantilly pronto da Vigor, que já comentei aqui em outras receitas, então o utilizei, uma vez que dura mais que o creme de leite fresco batido e estava um calor daqueles por aqui. Mas, achei pouca cobertura, então bati mais um pouco de creme de leite fresco com açúcar também, o que foi um exagero - mas não me arrependo disso. Cubra a torta com bastante chantilly e enfeite com o chocolate. A fiz bem rústica, mas ficou linda (pelo menos eu achei)! 

Quando cortei, fui ao delírio: estava igualzinha a do livro e o cheiro de chocolate é de conquistar qualquer um, até os menos formigas. Sem contar as camadas, que se completam com perfeição. É como se você fosse do mais suave ao mais firme numa sobremesa só. Do mais doce ao mais amargo numa só garfada. O talher passa com facilidade pelo chantilly, desliza pelo recheio de bolo benso, profundo, apaixonante e se esbarra na massa quebradiça, amanteigada e amarga.

(post retirado do blog Projeto Wonka, de Debbie Vasconcellos ou Debbie Wonka - como preferir)